Entenda as principais semelhanças entre o Poker online e os eSports

Nos últimos anos, o mundo vem assistindo o “boom” do cenário competitivo dos jogos eletrônicos, os chamados esports, que crescem cada vez mais em popularidade, premiações e já chegam até à TV aberta – além, é claro, das lives na internet que acontecem aos montes por dia. Porém, muito antes desse crescimento, o poker já era bastante popular no online. Estima-se que o esporte da mente começou a ser praticado digitalmente em meados dos anos 90, o que também contribuiu para sua consolidação no cenário nacional.

Por essas e outras razões, ainda não há um consenso entre os praticantes do poker se ele deve ou não ser enquadrado como um esport. Muitos são contrários a essa classificação, já que não se trata de um jogo de vídeo game. Porém, é inegável que há muitas semelhanças entre um e outro. Separamos aqui os principais pontos em comum entre os esports e o poker online.

Tempo de dedicação

Seja no poker ou nos esports, jogar profissionalmente requer muita prática. Foto: Divulgação/Pexels

Um jogador profissional de qualquer game não se faz da noite pro dia, e o mesmo se aplica ao poker. Antes de almejar uma carreira prolífica no esporte da mente, qualquer competidor precisa de horas e horas de treinamento, seja em partidas recreativas (plataformas como o Replay Poker disponibilizam a modalidade sem a necessidade de depósitos em dinheiro), seja em cash games com menor buy-in (muito comum em sites como o Bodog).

É normal que jogadores profissionais dediquem horas e horas de prática tanto em um quanto em outro – e muitas vezes esse é o diferencial entre um competidor de elite e um mediano. No caso do poker, essas horas também se estendem aos estudos por meio de vídeos, artigos e livros sobre assuntos relacionados à modalidade.

Torneios com altas premiações

Última edição do WPT pagou mais de US$ 100 milhões. Foto: Divulgação

Quem acha que jogar online é brincadeira de criança muda de ideia na hora quando se depara com alguns torneios profissionais e suas respectivas premiações. Isso é algo comum no poker online e também em várias modalidades de esports como Defense of the Ancientes (Dota 2), League of Legends (LoL), Counter-Strike: Global Offensive e Overwatch.

Para se ter uma ideia, a última edição do The International Dota 2 Championships, principal campeonato mundial do game de estratégia em tempo real, pagou mais de US$ 34 milhões aos competidores. Traçando um paralelo com o poker, a última edição online do World Poker Tour distribuiu mais de US$ 100 milhões.

Fábricas de milionários

Astro do CS:GO, brasileiro “coldzera” já ganhou mais de US$ 1 milhão, assim como muitos jogadores de poker. Foto: Divulgação/Dreamhack

Com premiações tão generosas, não é difícil concluir que tanto os esports quanto o poker online já fizeram muitos competidores milionários por aí. Segundo o eSports Earnings, site especializado em premiações, 92 jogadores já ultrapassaram a marca de US$ 1 milhão com campeonatos, o que inclui alguns brasileiros.

No poker, esse número é muito maior: são milhares de competidores que já ultrapassaram a marca de US$ 1 milhão em prêmios. De acordo com o site Pocket Fives, quem mais faturou até hoje foi o sueco Niklas Astedt: nada menos que US$ 21 milhões, mais que o triplo do dinamarquês Johan Sundstein, jogador de Dota 2 que é o recordista dos esports

Streaming

Streaming de poker também é uma tendência na Twitch. Foto: Reprodução

O crescimento dos esports também está relacionado à popularização de plataformas de streaming como Twitch e Facebook Gaming. Além de serem sites que transmitem os principais torneios, essas redes sociais são outra fonte importante de receita para jogadores profissionais por meio das lives, planos de subscrição, vendas de produtos e doações. Além disso, é um importante meio para dar visibilidade a outros jogadores que não fazem parte de grandes equipes e nem disputam campeonatos.

Aos poucos, essa vem sendo uma tendência também do poker online, que já aparece entre as modalidades mais assistidas do Twitch. Grandes marcas como o partypoker também aproveitam a plataforma para transmissão de seus eventos online.

Equipes

Equipes dominam o cenário dos eSports. Foto: Divulgação/MIBR

Outra tendência que acompanha tanto os esports quanto o poker online é a formação de equipes para a disputa de torneios, o que também se traduz em maior investimento em marketing com a captação de patrocínios. No caso dos esports, as mais famosas são Cloud9, OG, Team Liquid, Fnatic, FaZe Clan, entre outras que são figurinhas carimbadas nos principais campeonatos – além de proverem melhores condições para seus competidores. No Brasil, além da MiBR e Furia Esports, clubes de futebol como Flamengo e Corinthians também aderiram à onda e contam com jogadores profissionais.

O poker também tem suas equipes. A partypoker team, por exemplo, conta com os brasileiros João Simão, Renato Nomura, Day Kotoviezy e Lui Martins – este último, inclusive, faz parte da equipe focada no Twitch.

Nicknames

Mesmo entre os fãs de Counter-Strike, mencionar nomes como Marcelo David, Epitácio de Melo e Gabriel Toledo pode soar um tanto quanto estranho. Já “coldzera”, “TACO” e “FalleN”, seus “nomes de guerra” são conhecidos por todos. Isso porque no mundo dos eSports, os nicknames são mais importantes que o próprio nome e são verdadeiras “marcas” ostentadas por seus respectivos detentores.

No poker não é diferente. O sueco Niklas Astedt, citado anteriormente, é mais conhecido como “Lena900”, sendo apenas um dos muitos exemplos. No Brasil, talvez o caso mais icônico seja o de “Pabritz”, como é conhecido o baiano Pablo Brito, um dos jogadores de maior sucesso no poker online em 2020.

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